quinta-feira, 27 de março de 2014

Arte MK12: Auau, oficina literária, "Rua Direita" e 2 exposições

Oi!

1) A mais nova encomenda de pintura produzida é da cachorrinha Lunes, de 15 anos, para Alessandra Ribeiro. Olhaí! ;) As duas são fiéis companheiras em nobres missões de visitas a asilos.


Abaixo, dois desenhos extras que fiz só para estudo e aquecimento. ;)



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1.2) Vou dar uma palestra-oficina literária na 4ª edição do Encontro Nacional de Direitos Animais (ENDA) em 19 de abril, sábado, segundo dia do evento! Minha proposta será motivar o pessoal a escrever contos e poemas engajados pela causa animal, com as devidas orientações! Tanto que o título da atividade ficou: "'Mão na Massa' Literária pelos Animais"! Rs.


O mega-encontro bienal, que capacita ativistas em defesa dos animais de todo o Brasil, será em Porangaba (SP). Veja a programação e minibiografias dos palestrantes confirmados no site do evento!

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2) Meu ex-professor de inglês Anderson Borges Costa, um dos primeiros leitores do original de meu próprio romance, em 2011, convida para o lançamento de "Rua Direita", primeiro romance dele! Será em 10 de abril, das 18h30 às 23h00, no bar Canto Madalena. O livro foi publicado pela editora Chiado, de Portugal; no Brasil, pode ser encomendado pelo site da Livraria Cultura.



O romance acompanha um dia de um homem faminto na rua Direita, no centro da cidade de São Paulo. Durante o percurso do protagonista, desfilam várias manifestações da cultura brasileira, como o carnaval, o futebol, mas também injustiças sociais. A narrativa é cheia de referências literárias, musicais, cinematográficas, artísticas e históricas.

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2.2) Participei neste mês do III Encontro Blog de Letras! Trata-se de um evento do Publish News, tradicional informativo sobre o mercado editorial. Foram admitidos somente blogueiros literários, e fiquei feliz de estar entre os selecionados, representando o blog Enlaces Literários!

O evento teve a presença de representante da Editora Única, novinha mas que tem feito sucesso. Por exemplo com a Saga Encantadas, contos de fadas como Branca de Neve em reinterpretações para o público adulto – ganhei os três livros da coleção, depois conto o que achei. ;) 
Teve também blogueiro responsável pelo DivaDepressão – cuja fanpage no Facebook ultrapassou 1 milhão de acessos –, também funcionário da Única. E houve uma gincana de conhecimentos sobre o mundo literário, principalmente poesia (pois era o Dia da Poesia no dia) e... sobre os títulos da editora lá presente, rs.

E, pra quem quiser tentar participar do IV Encontro Blog de Letras, corra, pois o prazo de inscrição é esta sexta-feira (28)! Saiba mais nesta página! ;)

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3) No mesmo dia em que participei do evento de blogueiros, visitei a exposição dedicada ao músico David Bowie, no Museu da Imagem e do Som (MIS). Valeu a pena, mesmo sem eu saber praticamente nada sobre esse cara até então!


Incrível conhecer alguém tão performático, multifacetado e quebrador de tabus (de visual andrógino, assumiu-se gay cinco anos depois de isso não ser mais crime na Inglaterra(!)), que além de cantor foi ator em diversos filmes, escolhia figurinos bizarros a la Lady Gaga, indicava artes visuais bem específicas para seus álbuns e por aí vai... A mostra em si é alucinante e um show, com fone de ouvido e um circuito digno de nos fazer mergulhar no universo desse artista! Vai até 20 de abril, não perca!


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3.2) Outra exposição que visitei, nesta semana, foi a do fotógrafo japonês Eikoh Hosoe, no Sesc Consolação. Chamou a atenção o jeito como ele destaca partes do corpo humano nu, como se fossem peças decorativas em suas fotografias. É uma valorização dos corpos simplesmente em suas formas, como pela geometria. O interessante é que as séries de fotos ficam dispostas em rolos esticados em longas tiras horizontais, chamadas “emakimonos”, tradicional acessório japonês.


Entrada da exposição

Há também um diálogo interessante entre ele e o famoso escritor japonês Yukio Mishima: este foi fotografado em poses e composições bizarras e contribuía com um texto narrativo próprio, alternado com os trabalhos de Hosoe. A multidão de espelhos de formatos variados também é divertida nessa área da exposição. A mostra é discreta mas bem cuidada, e vai até 3 de maio.


Painel "emakimono" com parceria de Hosoe e Mishima / 2 fotos minhas

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É isso aí! Até a próxima semana!
Maurício

sábado, 22 de março de 2014

Arte MK11: Livro japa grátis, minicontos Bras e cursos de desenho!

Oi!

1) Depois de outras duas semanas, fiz a última revisão em meu livro “A Menina que Ouvia Demais” e enfim mandei a versão final do texto para a editora Multifoco! Com isso, a chance é de que a obra seja publicada no início de maio! Pra comemorar, aí vai a quinta ilustração do livro pra você! ;)


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1.2) Nesta quinta-feira (20/3), foi o lançamento do livro “Memórias da Abjica”, que inclui um texto meu sobre minha aventureira experiência no Japão como bolsista! Olhaí eu na capa, estudioso! Esse bonito livrão inclui depoimentos históricos de mais de 40 bolsistas brasileiros no Japão, desde 30 anos atrás! Obtive cinco exemplares. Se você estiver interessado em ganhar um, é só me dizer que te envio, bastando bancar o correio ou a gente se encontra!




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2) O escritor Luiz Bras, com 4 livros publicados para o público adulto e mais de 10 infanto-juvenis, incluindo “Babel Hotel”, indicado ao prêmio Jabuti 2010 na categoria juvenil, vai lançar em 2 de abril “Pequena Coleção de Grandes Horrores”. São 67 minicontos deste autor com quem aprendi um bocado sobre ficção científica em série de oficinas no Sesc Belenzinho, em 2012! O lançamento será na Casa das Rosas, às 18h30, e você está convidado.


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2.2) Li no fim de semana passado o livro “Cartas a um Jovem Poeta”, de Rainer Maria Rilke (1875-1926), considerado um dos maiores poetas de língua alemã. Achei emocionante acompanhar esta bela troca de cartas, mesmo sem conhecer antes este autor. Apesar de o livro não ensinar propriamente poesia, como eu buscava, foi interessante captar sua sensibilidade.



Achei curioso que o poeta às quais as cartas se destinavam era um soldado de patrulha, pelo que entendi. Este inclusive se queixava sobre seu trabalho a Rilke e pedia que avaliasse os poemas que tinha feito, além de pedir conselhos sobre a vida, o universo e tudo o mais. A solidão era um tema frequente. Veja uma seleção de destaques que fiz do livro. Se quiser lê-lo inteiro, é fácil encontrar por uns R$ 10 impresso, ou em pdf na internet.

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3) A artista Maria Pacca, formada em Belas Artes na Califórnia (EUA), vai ministrar um curso sobre composição baseado em conceitos japoneses! Trata-se de “Notando Notan” – palavra japonesa que significa “harmonia do claro-escuro”. Vai ser no Sesc Consolação, nos dias 9, 16, 23 e 30 de abril, às quartas-feiras, 19h-21h30. As inscrições ocorrem a partir de 25 de março, terça-feira. A inteira custa R$ 20. Saiba mais aqui

(Imagem de divulgação do curso)

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3.2) Enquanto isso, no Centro Cultural São Paulo, seguem as oficinas de modelo vivo! Quem se responsabiliza pela atividade é Pedro Paulo Candido, mesmo modelo que foi fotografado para a apostila do curso de Desenho da Quanta Academia de Artes, onde estudei!

(Tirei estas duas fotos na oficina desta sexta-feira, 21/mar)

Segundo o texto de divulgação da oficina, o foco é nas diferenças entre as linhas do corpo humano e as dos objetos presentes em nosso cotidiano; e estimulando o participante a observar as formas geométricas. São anunciadas 60 vagas, sem necessidade de inscrição, toda sexta-feira, 15-17h, até 27 de junho. São feitas poses de no máximo 10 minutos. Como sempre lota, chegue um pouco antes do início!


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É isso aí! Até a próxima semana!
Maurício

sexta-feira, 21 de março de 2014

Trechos selecionados de “Cartas a um Jovem Poeta”, de Rilke

Tinha ouvido falar deste livro há um tempo atrás e me lembrei dele quando estava buscando orientação sobre poesia. Li no último fim de semana, e eis o que destaquei da leitura!

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"E se, desse ato de se voltar para dentro de si, desse aprofundamento em seu próprio mundo, resultarem versos, o senhor não pensará em perguntar a alguém se são bons versos. Também não tentará despertar o interesse de revistas por tais trabalhos, pois verá neles seu querido patrimônio natural, um pedaço e uma voz de sua vida. Uma obra de arte é boa quando surge de uma necessidade.



“Não escreva poemas de amor; evite a princípio aquelas formas que são muito usuais e muito comuns: são elas as mais difíceis, pois é necessária uma força grande e amadurecida para manifestar algo de próprio onde há uma profusão de tradições boas, algumas brilhantes.

“Por isso, resguarde-se dos temas gerais para acolher aqueles que seu próprio cotidiano lhe oferece; descreva suas tristezas e desejos, os pensamentos passageiros e a crença em alguma beleza - descreva tudo isso com sinceridade íntima, serena, paciente, e utilize, para se expressar, as coisas de seu ambiente, para o criador não há nenhuma pobreza e nenhum ambiente pobre, insignificante não tentará despertar o interesse de revistas por tais trabalhos, pois verá neles seu querido patrimônio natural, um pedaço e uma voz de sua vida.

[Com minhas (MK) palavras, a partir de outros trechos sobre poesia: Encontre o VOCÊ lá. Jorre emoções. Força. Identidade. Necessidade. Reverbere a vida. Tenha amor pelas próprias perguntas.]

“e toda a beleza nos animais e nas plantas é uma forma tranqüila e duradoura de amor e anseio

"A idéia de ser um criador, de gerar, de formar" não é nada sem a sua contínua e grandiosa confirmação e realização no mundo, nada sem o consenso mil vezes repetido por parte das coisas e dos animais. E só por isso o seu gozo é tão indescritivelmente belo e rico, porque é feito das recordações herdadas da geração e da gestação de milhões de seres. Em um pensamento criador revivem milhares de noites de amor esquecidas que o preenchem com altivez e elevação. Assim, aqueles que se juntam durante as noites e se entrelaçam em uma volúpia agitada fazem um trabalho sério, reúnem doçuras, profundidade e força para a canção de algum poeta vindouro que surgirá para expressar deleites indizíveis.

“É bom, antes de tudo, que o senhor exerça uma profissão, porque isso o tornará independente e o entregará por completo a si mesmo, em todos os sentidos

“Mas tudo o que talvez um dia ainda seja possível para muitos o solitário pode, já agora, preparar e construir com suas mãos, que erram menos. Por isso, caro senhor, ame a sua solidão e suporte a dor que ela lhe causa com belos lamentos. Pois os que são próximos do senhor estão distantes, é o que diz, e isso mostra que o espaço começa a se ampliar à sua volta. Se o próximo está longe, então o que é distante vaga entre as estrelas, na imensidão.

“Mas a sua solidão será um pouso e um lar, mesmo em meio a relações muito hostis, e a partir dela o senhor encontrará os seus caminhos

“O que é necessário é apenas o seguinte: solidão, uma grande solidão interior. Entrar em si mesmo e não encontrar ninguém durante horas, é preciso conseguir isso. Ser solitário como
se era quando criança, quando os adultos passavam para lá e para cá, envolvidos com coisas que pareciam importantes e grandiosas, porque esses adultos davam a impressão de estarem tão ocupados e porque a criança não entendia nada de seus afazeres.

“Se um acontecimento mais íntimo é digno de todo o seu amor, é nesse acontecimento que o senhor deve trabalhar de algum modo, sem perder muito tempo nem muito esforço para esclarecer sua posição em relação aos outros homens.

“Eu sei, a sua profissão é dura e cheia de contradições que o afetam, e eu previa as suas queixas, já sabia que elas viriam um dia. Agora que vieram, não posso tranqüilizá-lo, posso apenas aconselhar que pondere se todas as profissões não são assim, cheias de exigências, cheias de animosidade contra o indivíduo, repletas do ódio daqueles que se conformaram, resignados e rabugentos, com sua obrigação insossa. O cargo com o qual o senhor tem de viver agora não é mais carregado de convenções, preconceitos e enganos do que todos os outros cargos; se há alguns que revelam uma liberdade maior, mesmo assim não existe nenhum que seja amplo e espaçoso, que se relacione com as grandes coisas de que a verdadeira vida é constituída.

“É assim em toda parte; mas isso não é motivo para medo ou tristeza; se não há nenhuma comunhão entre os homens e o senhor, procure estar próximo das coisas, que não o abandonarão; ainda lhe restam as noites e os ventos que passam pelas árvores e sobre muitas terras; entre as coisas e os animais, tudo ainda é pleno de acontecimentos em que se pode tomar parte; e as crianças ainda são como o senhor era quando criança, igualmente tristes e igualmente felizes

“Seja paciente, sem má vontade, e pense que o mínimo que podemos fazer é não dificultar sua vinda mais do que a Terra dificulta a chegada da primavera quando ela se anuncia.

“Fique alegre e seja confiante.

“Amar também é bom: pois o amor é difícil. Ter amor, de uma pessoa por outra, talvez seja a coisa mais difícil que nos foi dada, a mais extrema, a derradeira prova e provação, o trabalho para o qual qualquer outro trabalho é apenas uma preparação. Por isso as pessoas jovens, iniciantes em tudo, ainda não podem amar: precisam aprender o amor. Com todo o seu ser, com todas as forças reunidas em seu coração solitário, receoso e acelerado, os jovens precisam aprender a amar. Mas o tempo de aprendizado é sempre um longo período de exclusão, de modo que o amor é por muito tempo, ao longo da vida, solidão, isolamento intenso e profundo para quem ama. A princípio o amor não é nada do que se chama ser absorvido, entregar-se e se unir com uma outra pessoa. (Pois o que seria uma união do que não é esclarecido, do inacabado, do desordenado?) O amor constitui uma oportunidade sublime para o indivíduo amadurecer, tornar-se algo, tornar-se um mundo, tornar-se um mundo para si mesmo por causa de uma outra pessoa; é uma grande exigência para o indivíduo, uma exigência irrestrita, algo que o destaca e o convoca para longe. Apenas neste sentido, como tarefa de trabalhar em si mesmos ("escutar e bater dia e noite"), as pessoas jovens deveriam fazer uso do amor que lhes é dado. A absorção e a entrega e todo tipo de comunhão não são para eles (que ainda precisam economizar e acumular por muito tempo); a comunhão é o passo final, talvez uma meta para a qual a vida humana quase não seja o bastante.

“As exigências que o difícil trabalho do amor impõe ao nosso desenvolvimento são sobre-humanas, e nós, como iniciantes, não podemos estar à altura delas. Mas se perseveramos e assumimos esse amor como uma carga e um período de aprendizado, em vez de nos perdermos em todo o jogo fácil e frívolo atrás do qual as pessoas se esconderam da mais séria gravidade de sua existência, talvez se perceba um pequeno avanço e um alívio para aqueles que virão muito depois de nós; e isso já seria muito.

“E esse amor mais humano (que se realizará de modo infinitamente delicado e discreto, certo e claro, em laços atados e desatados) será semelhante àquele que nós preparamos, lutando com esforço, portanto ao amor que consiste na proteção mútua, na delimitação e saudação
de duas solidões.

“E ainda isto: não creia que aquele grande amor que um dia se impôs ao senhor, quando garoto, perdeu-se. Será possível saber com certeza se, naquele tempo, não amadureceram grandes e belos desejos, propósitos dos quais o senhor vive ainda hoje? Acredito que aquele amor permanece tão forte e intenso em sua lembrança porque foi sua primeira solidão profunda, o
primeiro trabalho íntimo com que o senhor elaborou sua vida.

“Voltando ao assunto da solidão, fica cada vez mais claro que no fundo ela não é nada que se possa escolher ou abandonar. Somos solitários. É possível iludir-se a esse respeito e agir como se não fôssemos. É tudo. Muito melhor, porém, é perceber que somos solitários, e partir exatamente daí. Com certeza acontecerá de sentirmos vertigens, pois todos os pontos em que nossos olhos costumavam descansar nos são tirados, não há mais nada próximo, e toda distância é uma distância infinita. Quem fosse retirado de seu quarto, quase sem preparação ou transição, e posto nas alturas de uma grande montanha, necessariamente sentiria algo semelhante: uma insegurança sem igual, um abandono ao inominável quase o aniquilariam. Ele pensaria estar caindo ou sendo arrastado pelos ares ou destroçado em mil pedaços. Seu cérebro precisaria inventar uma mentira enorme para captar e esclarecer a situação de seus sentidos.

Por que o senhor pretende excluir de sua vida qualquer inquietude, qualquer dor, qualquer melancolia, sem saber o que essas circunstâncias realizam? Por que perseguir a si mesmo com estas perguntas: de onde pode vir tudo isso e para onde vai? No entanto, o senhor sabe que está em meio a transições e não desejaria nada mais do que se transformar.

“Mas em toda doença há muitos dias em que o médico não pode fazer nada além de
esperar. E é isso, mais do que qualquer outra coisa, que o senhor, por ser seu próprio médico, precisa fazer agora

“Em geral, é preciso ter muito cuidado com os nomes; muitas vezes é o nome de um crime que destrói uma vida, e não a própria ação, pessoal e inominada, que talvez fosse uma necessidade muito determinada dessa vida e pudesse ser acolhida sem esforço por ela.

“Se ainda posso acrescentar algo, é o seguinte: não acredite que quem procura consolá-lo vive sem esforço, em meio às palavras simples e tranqüilas que às vezes lhe fazem bem. A vida dele tem muita labuta e muita tristeza e permanece muito atrás dessas coisas. Se fosse de outra maneira, nunca teria encontrado aquelas palavras.

“é sempre o que eu já disse, sempre o desejo de que o senhor descubra em si mesmo paciência o bastante para suportar e simplicidade o bastante para acreditar. Que o senhor ganhe mais e mais confiança para aquilo que é difícil, para a sua solidão em meio aos outros.

“Sua tendência para a dúvida pode se tornar uma boa qualidade se o senhor a educar. Ela precisa se tornar saber, precisa se tornar crítica. Pergunte a ela, a cada vez que quiser estragar algo seu, por que algo é feio, exija provas dela, teste-a, e o senhor talvez a deixe indecisa e confusa, talvez revoltada. Mas não desista, reivindique argumentos e aja assim, de modo atento e coerente, a cada vez. Dessa maneira chegará o dia em que sua dúvida se converterá de uma destruidora em sua melhor colaboradora - talvez a mais esperta no meio de tudo aquilo que trabalha na construção de sua vida.

“Entretanto pensei no senhor muitas vezes nesses dias festivos e fiquei imaginando como devia estar em seu forte solitário, entre as montanhas isoladas, sobre as quais se precipitam aqueles grandes ventos do sul, como se quisessem devorá-las.


“Também a arte é apenas um modo de viver, e é possível se preparar para ela sem saber, vivendo de uma maneira ou de outra. Em tudo o que é real há mais proximidade dela do que nas falsas profissões semi-artísticas que, ao simular uma proximidade da arte, na prática negam e atacam a existência de qualquer arte. Por exemplo, todo o jornalismo faz isso, assim como quase toda a crítica e três quartos do que se chama e pretende ser chamado de literatura. Alegra-me, em suma, que o senhor tenha superado o perigo de cair nessa armadilha e se encontre em meio a uma realidade bruta, solitário e corajoso. Espero que o próximo ano o mantenha assim e o fortaleça.”

domingo, 16 de março de 2014

Arte MK10: Caça-Fantasmas, portfólio & Clube de Leitura!

Oê!

1) Nesta semana escrevi o conto “A Incompreendida”, mostrando as clássicas caçadas de fantasmas, como via padre exorcista, antiga comédia Ghostbusters (Caça-Fantasmas) e atual seriado Sobrenatural... mas do ponto de vista de uma menina fantasma com seu cachorro. Dá uma lida aqui e me diz o que acha! ;)

(Rabisco ilustrativo do conto "A Incompreendida")

Essa narrativa foi publicada no blog Enlaces Literários. O texto se conecta com os contos anteriores dos colegas escritores Lucas Rodrigues, de Recife (PE), neste caso, o futurista “A Última que Morre”; e com o seguinte de Bruno Müller, do Rio de Janeiro (RJ), o satírico “Marcha daFamília, com Deus. Pela Liberdade?”!

1.2) Está chegando o dia do lançamento do livro “Memórias da Abjica”, em que colaborei contando minha experiência no Japão em 2008! Será em 20 de março (quinta-feira), às 16h, com um coquetel às 18h. O livro também inclui mensagem do governador de SP Geraldo Alckmin, Cônsul Geral do Japão em São Paulo Noriteru Fukushima, entre outras autoridades. A publicação comemora os 30 anos da Associação dos Bolsistas da Agência Internacional de Cooperação do Japão (JICA) em São Paulo.

(Eu com amigo venezuelano no topo do Monte Fuji!)

O local do lançamento é: Auditório Augusto Ruschi, na Secretaria do Meio Ambiente, Rua Prof. Frederico Hermann Jr, 345, Alto de Pinheiros, São Paulo, a 500 metros da estação de metrô Pinheiros. Se puder aparecer na cerimônia, ficarei feliz! Me avise pra nos encontrarmos, e a organização pede que se inscreva nesta página: http://bit.ly/1iwuy52 . Serão distribuídos livros e brindes no evento! ;)

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2) Depois de dois anos, enfim atualizei meu portfólio de pinturas, desenhos e ilustrações! Fique à vontade pra passear por lá! Minha noiva Renata Milan fez até este mosaico pra lembrar alguns destaques na capa. ;) Incluí também um currículo artístico como anexo da minibiografia, que mandei semana passada pra Embaixada da França. Só falta incluir as ilustrações de meu romance, que você está vendo aos poucos neste boletim. :)


2.2) – A veterinária Cassiana Santos, pra quem fiz uma pintura de gatinho preto – pra ser mais exato, de uma gatinha que tive chamada Felícia – mostrou como ficou a decoração do consultório dela! Inclui esse meu trabalho (à esquerda) e o de minha colega artista Beatriz Rezende Ramos, emoldurados na parede! J


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3) Pra quem tá por São Paulo, fica agora dica de uma oficina dedesenho expandido” com o artista Francisco Rosa, no Mube (Museu Brasileiro de Escultura). Será nesta quarta-feira (19), das 16h-17h, gratuitamente, sem necessidade de inscrição. Fica na Av. Europa, 218, São Paulo (SP). A atividade é parte da programação da exposição “Crisálidas”, de Rosa, que é baseada na metamorfose das borboletas e fica no museu até 30 de março. Dê uma espiada e saiba detalhes sobre ela aqui.


3.1) A outra dica é para o Clube de Leitura que a mais tradicional biblioteca pública de São Paulo está agitando. Começa com o livro “O Último Voo do Flamingo”, do moçambicano Mia Couto. Já estou inscrito, e você? Tem até livro pra emprestar lá, e só precisa devolver no dia do encontro, que será em 9 de abril, 19h-20h! Mande e-mail pra biblioteca, bma@prefeitura.sp.gov.br, com nome e telefone, e solicite sua inscrição! Saiba mais detalhes aqui.



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Abraço!
Maurício

quinta-feira, 6 de março de 2014

Arte MK9: 10 Ilustras p/ Livro + 2 Contos em 2 Livros!

Oi!

1) Milagre! Depois de quase três intensas semanas de trabalho, terminei as 10 ilustrações planejadas mais uma proposta de capa a lápis para meu livro “A Menina que Ouvia Demais”! Como comemoração, aí vai pra você hoje a quarta ilustração do livro!



Esse tempo também incluiu muita revisão de anatomia, perspectiva e sombra com meus queridos livros de estudo de arte, além de pesquisar muitas referências, e lembrar das aulas na Quanta Academia de Artes, fazendo vários planejamentos a lápis primeiro, repensando criticamente cada composição!

Também acabo de enviar para a Editora Multifoco texto para orelha e quarta capa do livro. Agora só falta uma última revisão geral no texto como um todo! Enfim vai terminando um processo de 4 anos, desde que comecei a escrever o livro em 2010, em plena cama de hospital! Rs.

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2) Outra novidade bacana como escritor é que terei mais dois contos publicados em antologias! Em agosto, publicarei 'Família Dragão' no livro "Utopia" (histórias de fantasia) e 'Não Aceite Livros de Estranhos' no livro "Horas Sombrias" (histórias de terror). Ambos serão lançados pela Andross Editora durante o evento Livros em Pauta! Abaixo, as capas das referidas publicações! 



Também está a fim de publicar pela Andross? Aproveita que prorrogaram o prazo para envio de contos (e poemas) até 15 de abril! Corre lá e veja as instruções e temas! ;)

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3) E já que hoje estamos com um festival de novidades bacanas de escritor... ofereço-lhe um teste divertido que identifica que escritor clássico reflete você! Olhaí no site do BuzzFeed (em inglês)!

Eu curti o meu resultado: Henry David Thoreau (1817-1862). O que o define? Simplicidade, ama natureza, isolamento do mundo humano e despreza a opinião pública para criar seu próprio movimento.

Bem, também se diz que ele seria um total desconectado da internet, então sugere-se que eu refaça o teste, rs. Mas mesmo mudando 4 respostas, deu de novo o cara! Deve ser um lado meu que ainda tenho a redescobrir, hehe.

(Retrato de Thoreau por Benjamin D. Maxham 
via daguerreótipo, ancestral da câmera fotográfica)

Ao pesquisar mais sobre ele, curti mais ainda. É o autor do clássico “Desobediência Civil”, guia básico para revolucionários, hehe... e foi abolicionista a vida toda! Se ele rejeitava a escravidão negra em sua época, rejeito a dos animais hoje. ;)



E estou curioso, qual seria o escritor clássico que reflete você? Faz o teste aí e me fala!

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É isso aí! Até a próxima semana!
Maurício