domingo, 10 de janeiro de 2010

Filme dos EUA lotado de música brasileira (e até com personagem brasileiro sedutor engraçado)




Oi!


Assisti ontem a um filme mto bacana, e "de grátis"! Foi nesta mostra na biblioteca pública Viriato Corrêa, e o lugar parece até cinema mesmo! Aprovadíssimo!

Enfim, fui com a , quem achou essa preciosidade, e o filme se chama "PRÓXIMA PARADA: WONDERLAND". É de 1998 e faz parte da produção estadunidense. A sinopse oficial segue abaixo, mas não conta o mais relevante para nós, tupiniquins:

"Além de ter perdido a esperança de encontrar sua cara metade, Erin recebe a visita de sua mãe bisbilhoteira e casamenteira. A situação piora quando a mãe, para ajudá-la, coloca um anúncio com a descrição da filha nos classificados."

Ok, mesmo sem contar o mais relevante pros brazucas, a sinopse conseguiu me chamar a atenção o suficiente pra ir até lá. Pareceu divertido, especialmente com o que negritei. Mas faltou informação, por isso a necessidade de eu blogar sobre isso.

Pois então, chega de enrolar: desde a primeira música brasileira que apareceu, fiquei muito surpreso, até pensei que fosse uma adaptação, que na versão com legendas para o Brasil colocaram a música, sei lá, que absurdo, né?

Tudo isso porque não imaginei que um filme estadunidense pudesse utilizar músicas brasileiras de trilha sonora.

Mas acontece que depois apareceu outra música brasileira, e mais outra, e mais outra. A princípio, eu, que não conheço direito nossa música (ou qualquer outra), associei o estilo com MPB clássica. Acho que havia "Garota de Ipanema", e também "Carinhoso". (Mas depois, se especifica no filme que é Bossa Nova, "algo que é ao mesmo tempo alegre e triste".)

Então, chega uma hora em que a protagonista declara para alguém que adora música brasileira, e então está tudo explicado. Outra hora, pra esclarecer ainda mais a presença de tanta trilha sonora assim, alguém conta que o bar ou restaurante ao qual ela vai a toda hora sempre toda música brasileira.

(A propósito, fiquei muito feliz também quando eu, no Japão, em um restaurante vegano (vegetariano puro, sem laticínios e ovos) lá, em Tokyo, também comecei a ouvir Elis Regina! uau! aí depois comentei com alguém do restaurante, e me disseram que a dona do lugar curte nossa música...)


Brasileiro hondurenho

Pois bem, e como se não bastasse tanto Brasil na trilha sonora, ainda por cima um personagem brasileiro (não ator) invade o cenário, com um papel especial. Ele tem muito melhor sucesso que os outros pretendentes à protagonista. Além disso, é divertido, os outros eram tão chatos. Mas também maluco, pensando nas propostas que ele faz. Mas maluco do bem, não do mal, como faziam os outros, rs. Super-romântico.

Ele acaba não sendo assim tão bem-sucedido como queria, mas não desiste e parte pra outra. mas, como a Rê percebeu, enquanto tava ainda com esperanças, ele não foi buscar outros rabos de saia não, pois não cedeu ao charme de outra mocinha antes.

assim, a imagem que fica do brasileiro no filme é: um cara bacana, divertido, engraçado, sedutor, leal, meio louco indicando aventuras!)... e além disso, lembra que "sou brasileiro e não desisto nunca!"

ah, ele tb adora usar musicas brasileiras com letras românticas pra ficar paquerando. Ele canta em "português" enrolado, aí a moça fala q não entende, e ele vai traduzindo... oh...

só é engraçado ele falar q vai voltar para São Paulo, onde ele mora, e ficar falando tanto de litoral, praias, corcovado, oferendas a iemanjá etc. rs. aqui em SP não tem nada disso! eheh.

A propósito, dá pra perceber que o ator não é brasileiro porque ele resolve cantarolar a todo momento umas musiquinhas brazucas, e pelo sotaque dá pra perceber que não é brasileiro de jeito maneira. Só gostaria de saber de que país ele é. Chutei na hora que ele fosse estadunidense, Rê que fosse argentino ou outro latino-americano.

(...) tempo para pesquisa (...)

ok, acabo de descobrir. depois de passar pelo IMDB, maior site de referência de cinema, descubro que o ator que interpreta o "brasileiro Andre de Silva" se chama José Zuñiga.

Também descubro, na ficha do ator no IMDB, que ele já trabalhou nas séries "CSI" (detetive Cavalière), "Lie to me" (detetive Molina), "Grey´s Anathomy" (Anthony Meloy), "Prison Break", "The OC"... e até no filme "Crepúsculo" (! como Mr. Molina, professor de Biologia da Bella, em uma aula em que ela está com Edward; no livro, o nome original do professor era Mr. Banner)

E, ao buscar na Wikipédia, descubro que o cara que representou o Brasil para o mundo nasceu em Honduras! ahah. (apesar de também estar registrado o cara como "american actor", ou seja, na verdade ele já deve ter vivido mtos anos nos EUA)

Você vê só, e pouco mais de 10 anos depois, o presidente expulso de Honduras Manuel Zelaya, todo com seu chapelão e botas, se instala em nossa embaixada no país dele pra tentar voltar... abusando de nossa boa vontade. mesmo assim, parece que não deu muito certo não, eheh. E pelo que li na Folha Online, ele tá lá até agora, desde setembro! isso sim, é uma comédia diplomática.


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A propósito, tem alguém que já fez uma resenha brasileira em seu blog, mais atenta à trama em si do filme do que eu: Claudia Pereira. A propósito, adorei a trama tb, bem montadinha e bonitinha, apesar de em certos momentos do meio ser bem parada!

ah, e adorei essa homenagem gratuita toda do filme para coisas do Brasil! mas bem que podiam ter pegado um ator brasileiro, oras! só não podia pegar alguém como Rodrigo Santoro, que ia ser mais galã que o galã principal do filme... [que, aliás, se encontrou com a protagonista de repente demais, a meu ver! sem preparação nenhuma pra eles, apesar de que o clima foi bem montado em termos de trama.] e não me parece que santoro ia ser tão engraçado e divertido como tinha que ser o personagem.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Minha descoberta dos românticos romances de banca


Olá.

Lá vai meu comentário/resenha sobre a leitura de janeiro de 2010 proposta pelo chamado Desafio Literário, organizado pela Vivi, do blog (ai!) Romance Gracinha.

Pra começar bem o ano (ahah), a sugestão foi ler um chamado “romance de banca”. Leia-se: Julia, Sabrina, Bianca, Mirela, etc. Até então eu nunca havia dado muita atenção para eles. Duas razões principais: parece (e é) coisa de mocinha e também parece literatura “pobre”.

No entanto, resolvi render-me à minha curiosidade científica (eheh) e fazer a leitura sim. Aliás, isto ajuda muito a compreender melhor o universo feminino, pois elas não adoram tanto este tipo de leitura?

Confesso que gostei. Gostei muito, como há tempos não apreciava leitura de livros. Talvez desde a adolescência até, quando meu índice de leitura de histórias em livros era trocentas vezes maior.

Livro com história. Sim, porque tenho lido muito mais livros teóricos do que de histórias nos últimos tempos, quando leio algum livro qualquer inteiro.

O fato foi que li, no prazo recorde de uns quatro dias após emprestados pela Rê, autora do blog O Gato Risonho, dois livros de uma vez. E somente em meus trajetos de ônibus e metrô do jornal para casa e vice-versa, tentando conciliar com a básica leitura do jornal, claro. Aliás, é impossível ler jornal em transporte público lotado, mas livrinho dá ;).

E fiquei tão curioso na leitura, que acabei na verdade adiantando em dezembro o que deveria ler em janeiro, eheh. E li dois, apesar da proposta de ler só um!

Bem, na verdade, acho que não é segredo que os livros “cult” são frequentemente chatos pra burro. É claro, não vou desistir de lê-los, eu que sempre achei tão importante esse tipo de leitura, mas... Putz, diversão e prazer são coisas muito importantes, além do intelectualismo, não?

Eu mesmo comecei a ler há um tempo atrás “Cem Anos de Solidão”, do conceituadíssimo Gabriel García Marquez... Fui até a metade de suas quase 400 páginas, mas parei. Tudo bem, era profundíssimo e cheio de recursos poéticos, genial, mas comecei a cansar. Espero voltar um dia.

Seleção dos títulos

Vamos então aos livros em si. Li primeiro “O Anel da Vida” (116 p.), de Loreley McKenzie, da coleção “Amores Eternos” (que singelo!), da Mythos Books. Em seguida, li “Lábios de Mel” (186 p.), de Deanna Mascle, este sim da mais famosa coleção “Sabrina Sensual” (uau!), editora Nova Cultural.

Os dois livros foram escolhidos, dos que me foram oferecidos, baseando-me no nível de romantismo, aventura e sensualidade que transpareciam. Para isso, a imagem da capa e a sinopse da contra-capa (ou quarta capa, nunca sei, aquela outra visível, atrás do livro), foram fundamentais.

Nada de coisa comportada, como alguns outros pareciam, estilo “família” demais.

“Lábios de Mel”

Este me chamou mais a atenção, por isso começo por ele, apesar de ser o segundo que li.

Para começar: o título super-genérico não tem nada a ver com a história, como parece ser mesmo comum para este tipo de publicação. Ok, uma única vez a mocinha da história faz a comparação com os lábios do mocinho, mas enfim...

Aliás, cumpre informar que o título original, em inglês, era “Moon Hunter”, ou seja “Caçador da Lua”. Sinto que teria muito mais a ver, porque a história trata de aventura pela floresta pelos EUA, em época de Conquista do Oeste (ou Faroeste).

Isso é algo que me chama a atenção, claro, pois fui jogador de RPG por muitos anos, por toda a adolescência. RPG: jogo em que se interpretam personagens, com ficha, números, dados, narração, e frequentes combates com seres perigosos.

A história em si é divertida, envolvente. Novelinha básica: mocinha encontrada em apuros na floresta, com sua filhinha fruto do casamento zoado com um cretino. Ela acaba conhecendo um moço protetor que faz de tudo para protegê-la, super bem intencionado. Ele parece ter apenas a nobre missão de proteger os fracos e comprimidos...

Dilemas amorosos

Mas claro, Mack, o gentil e cavalheiro mocinho da história, acaba ficando apaixonado pela moça, enquanto a acompanha até levá-la em segurança. Apesar de não querer admitir isso. E fica naquele vai-não-vai.

O moço fica no dilema de querer apenas cumprir sua missão de proteção, tentando se recuperar de um passado dele, em que teria falhado vergonhosamente. Além disso, ele preza muito sua vida independente para formar laços com qualquer mulher que seja.

Acho que este é um ponto bem importante: de fato os rapazes costumam enfrentar este dilema mesmo: sua independência e liberdade versus envolver-se (até que ponto?) com a garota que mexe com eles?

Mas a mulher que ele acompanha (e cuida dos ferimentos dele, além de também ajudá-lo contra uns selvagens que aparecem, pois ela é durona mesmo!) é cada vez mais irresistível para ele.

Por seu lado, a moça, Rebeca, só queria saber de cuidar de sua filhinha. Depois de sua experiência anterior horrível, não quer mais nunca saber de homens. Apenas tolera o tal Mack para seguir protegida pela floresta até algum lugar mais seguro.

Mas ela acaba ficando balançada, enfim. A história ondula entre as dúvidas amorosas dos dois protagonistas. Foi uma novelinha e romance (no que se trata de amor, claro), gostosa de acompanhar. Inclusive há de fato trechos picantes, eheh. Interessante esse tipo de narrativa com detalhes e descrições do percurso amoroso. Não conhecia, mas hiper-aprovei, apesar dos exageros caricatos às vezes.

"O Anel da Vida"

Bem, se citei no fim “exageros caricatos” para o outro livro... “O Anel da Vida” sim, é cheio deles. Tanto para a descrição dos personagens, excessivamente lindos e maravilhosos, além de suas emoções, barrocas, derramadas.

Clichês não faltam, mas sempre funcionam.

A começar, temos a Cinderela: Martha, totalmente explorada pelos irmãos e pela mãe, demônios em pessoa. Eles a exploram, o chefe da empresa também, os colegas de trabalho também.

E ela sem coragem alguma de revidar. De ter iniciativa para mudar esta situação. De exigir justiça. Uma fraca.

Mas eis que, assim como acontece nas histórias do Homem-Aranha, em que o estudante CDF e alvo de todos os bad boys da escola Peter Parker vira um fortão e ágil super-herói; ou mesmo Harry Potter, em que o também explorado pela “família” e órfão garoto vira um feiticeiro, pré-destinado a salvar o mundo dos bruxos e ser o maior de todos, mesmo ainda criança...

Algo acontece para a pobre e medrosa Martha. Ela ganha um anel (sim, o do título do livro, que agora sim tem a ver com a história, huahua). Um anel que tem o poder de dar força interior, coragem, para que a moça vença todos os seus desafios.

Bom, essa história de misticismo, esotérico, foi algo bacana que apareceu também, que também me chama a atenção, lembrando de meu histórico de jogador de RPG, em que também muita magia é obrigatória.

Mulher moderna

Um diferencial interessante para a história é que trata da vida da “mulher moderna”, que busca sua independência financeira e nos demais setores da vida (li algo assim mesmo sobre esse tipo de romance de banca em alguma matéria por aí).

Isso mesmo: mostra como, ao fim e ao cabo, ela consegue ser bem-sucedida em todos os aspectos de sua vida: não só o amoroso, como foi mais centrado o romance que li da “Sabrina Sensual”, mas também o lado profissional e familiar.

Aliás, o lado profissional é bem importante mesmo nesta história; é claro, bastante interligado com o lado amoroso e místico, até porque a mocinha da história consegue o trabalho novo via anel místico e via um belíssimo “Senhor Perfeito”, como ela o chama em pensamento.

Tem também um lado de suspense policial, mistério, que a mocinha acaba também tendo de lidar no seu trabalho, que a coloca até em perigo.

Ou seja, nisso tudo, o lado de romance “romântico” acaba sendo mais um detalhe. Mas bem derretido e caricato, com certeza.

Posso até chamar a história de bobinha, mas é divertida, curiosa, completa, e não me deixou parar de ler nem um instante, até terminar, eheheh.

Além de ter o mérito de chamar a atenção para o sucesso profissional feminino e até mesmo de fazer os leitores (e especialmente as leitoras, ahah) refletir sobre as besteiras que têm feito em sua própria medrosa vida pessoal, profissional, amorosa, etc. Neste sentido, é bem um livro de auto-ajuda sim. ;)