sexta-feira, 11 de abril de 2008

Presidente indiana chega ao Brasil neste sábado

Vejam só que mulheres... Depois de Michelle Bachelet no Chile, Cristina Kirchner na Argentina, temos ainda Pratibha Patil, na Índia... que vem visitar o Brasil em primeiro lugar dentre todos os outros países!

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da France Presse, em Nova Delhi (publicado na Folha Online)

A presidente da Índia, Pratibha Patil, visitará o Brasil a partir deste sábado para reforçar as relações entre os dois países, anunciou o ministério das Relações Exteriores indiano.

A viagem também levará a presidente indiana ao Chile e ao México, que ao lado do Brasil são os três sócios mais importantes da Índia na região, segundo Nalin Surie, alto funcionário da chancelaria.

"Apesar das distâncias geográficas, a interação entre Índia e estes países está crescendo muito rápido", explicou à imprensa.

O Brasil é o maior sócio comercial da Índia na América Latina.

O comércio bilateral superou três bilhões de dólares e a meta é chegar a 10 bilhões em 2010, segundo anunciou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante uma visita a Nova Delhi em junho do ano passado.

Brasil e Índia também são parceiros em outras áreas, como nas reuniões da Organização Mundial do Comércio (OMC), dentro do G8 e na ONU, lembrou Surie.

Esta será a primeira visita ao exterior da presidente Patil desde que foi eleita em julho. Ela será acompanhada por muitos empresários indianos.

Depois do Brasil, Patil visitará México e Chile, nesta ordem.

"Esperamos assinar pelo menos dois acordos em cada país" concluiu Surie.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

"Palavras de amor", um antigo poema-diálogo-sátira

-Oh! É a virgem do mar!

-Que nada. É uma mina muito gostosa!

-Ah! Mas vê que sorriso angelical!

Que aura resplandescente a cerca!

-Ih, cara. Tô de olho nessas teta boa... Olha só esse corpão! Até imagino...

-Imagino a natureza coroá-la

Com uma miríade de florezinhas,

Soltas por umas graciosas pombinhas...

Bela, apenas espera alguém amá-la...

-Amar? Putz, fazer amor com essa mina é o que eu mais quero! Olha ela sentando naquele banco: que jeitinho sexy! Maluco, tá me dando um tesão...

-Mas é um anjinho que caiu do céu!

Sente os eflúvios divinos que exala!

Santa corrente que me deixa ao léu,

E em instantes cortará a minha fala...

-Isso, fica quieto um pouco. Tá sonhando muito. Olha o que é real, cara! Abre o olho! Olha pra essas pernas! Que coxas! Ainda bem que é verão, pra ela tá de shortinho...

-...

-Cara, o legal é que além de ter esse corpo escultural, a mina é bem bonitinha... E olha só: tá até com Ipod... Opa, parece que essa aí vai dar lucro!

-Oh! A alma dela põe-me a delirar!

Está fazendo minha alma flutuar...

Enchendo-me de uma nobre emoção...

Sim! Percebo a invasão da paixão!

-Rá! O que eu sinto...é muito tesão! Essa mina tá me deixando excitado. Mas...ih, meu! Gostou mesmo dela, heim?

-Ela me instila a energia tão viva!

Meu coração bate descompassado

Perante virgem tão pura e inocente!

Já criou-se um vínculo de amor dourado

Entre esta criatura inconsciente

E aquele anjo ditoso que me aviva!

-É. Ô rapaz, chega junto!

-Ah, gentil, companheiro, é impossível!

Minha musa é uma deusa soberana...

Desprezará este servo que a abana

Com a pluma do amor tão sensível...

-Ah, tá com medo de levar um fora? Eu já levei um monte! Mas não aceitei nenhum. O rapaz aqui escolheu, não tem perdão!

-...

-E olha lá! As amigas dela tão saindo da mesa! Agora ficou até mais fácil. Se quiser eu agito, heim?

-Este ser ignaro é destinado

A cair na tumba, só e enfadado...

Não é digno daquela formosa

Feminil, tão galante e venturosa...

-Tá bom. Eu é que não perco tempo, então! Essa gracinha tá no papo! Falou, cara!

-Adeus e boa sorte, meu amigo.

Que tu saibas deixá-la bem feliz

Como eu – que triste – nunca saberei...



-Queria entregar meu reino se fosse rei,

Donzela, tudo o que na vida fiz!

Pois tua lembrança será meu abrigo.

Todavia, isso a mim é proibido,

A minha presença incomodaria...

Quero ao menos teu nome tão querido

Conhecer e guardar como relíquia...



-E aí, cara? Tá suspirando ainda?

-Voltaste? Mas que rapidez usaste!

E que ar estranho de decepção!

-É, não era bem o que eu pensava.

-Ah, mas ao menos dizei-me o nome

Desta moça por quem suspiro tanto!

-Bem, ele se chama Luís Felipe.

Maurício Kanno, 1/7/99 (com detalhes adaptados em 1/3/2006)

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Mais: http://kanno.com.br/arte/contospoemas.html

(não sei mais por qto tempo esse site estará disponível... preciso dar um jeito no provedor e domínio)

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Sobre a "glamourosa" profissão de Jornalismo e outras opções pessoais de carreira

A profissão de Jornalismo é mesmo muito difícil, especialmente em termos financeiros versus dedicação. Mas a realização de ter a experiência de conhecer pessoas e situações diferentes; fazer uma entrevista, uma apuração instigante, escrever, fotografar, editar, e/ou falar e gravar e ver tudo isso publicado também é muito grande. Não é sempre que acontece do jeitinho que a gente queria, mas mesmo assim tudo isso é muito bom, deixa muito feliz.

E apesar de nem sempre ser possível, durante seu trabalho, difundir idéias para uma sociedade melhor, de vez em quando é sim, e isso já é ótimo: novamente, atrai felicidade. E ao mesmo tempo em que se faz isso se consegue ganhar algum dinheiro. Não acho interessante realizar alguma atividade de longo prazo se for exclusivamente para minha sobrevivência financeira.

Possibilidades do passado e do futuro

Mesmo após formado, se eu pudesse voltar no tempo, eu não concluiria meu curso de Engenharia interrompido, nem faria Administração ou Direito, carreiras tipicamente que enriquecem mais. Especialmente não gostaria de trabalhar diretamente com indústrias ou capital, como com bancos e Economia. Sim, talvez isso pareça meio ingênuo de minha parte, mas não é o que gostaria para mim.

Quem sabe Medicina (o máximo que eu poderia chegar em termos de carreira que poderia enriquecer mais ainda assim pouco provável para mim), Biologia ou Gestão Ambiental (apesar de que antigamente não tinha interesse algum pelas carreiras de Biológicas). É possível que eu faça uma graduação ou pós nessas áreas ainda. Ou ainda quem sabe em Filosofia (que também já comecei antes), Sociologia ou Educação.

Outra opção era ter buscado me dedicar mais cedo para Artes, e ter tentado uma faculdade na área também. Mas aí teria que voltar mais no tempo ainda. Estou tentando pós-graduação nesta área agora.

É claro que minha situação financeira não é nem um pouco boa, mas eu me viro. Posso dizer que, apesar disso, estou satisfeito e feliz, sim. Ainda mais se eu puder continuar viajando para o exterior e para mais partes do Brasil, conhecendo mais pessoas diferentes, difundindo mais idéias pacíficas para uma sociedade melhor, e continuar a exercer atividades típicas e diversificadas de minha profissão.

[Idéia de post tirada da lista cje_eca@yahoogrupos.com.br, departamento da faculdade em que me formei, no tópico "Para você que estiver começando no jornalismo...", com um total de 45 e-mails, praticamente sempre com idéias de desânimo e sugestões de desistência do curso e da profissão.]

terça-feira, 1 de abril de 2008

2a resposta ao biólogo sobre direitos animais

2a resposta ao pesquisador de Biologia Beny Spira, em http://stoa.usp.br/benys/weblog/18926.html.

1) está me parecendo que vc acredita que todas as assim chamadas ciências sociais e humanas não podem ser consideradas "ciências". é isso mesmo?

é curioso, vc insiste em separar "ética" de "ciência". e jogar "ética" junto de "crença", "religião" e "sentimentalismo". como se uma Ética séria não se valesse de diversas normas para fundamentá-la, dentro da Filosofia.

é exatamente contra esse imaginário que estou discutindo aqui. será q vc acha mesmo q os filósofos da USP e de outras universidades pelo mundo que estudam Ética são então nada mais que dogmáticos, religiosos e sentimentais, nem um pouco racionais?

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2) outra coisa, discordo de vc quando diz que a ciencia é essencialmente amoral. assim como tb discordo de se falar em um jornalismo essencialmente imparcial (isso é consenso na faculdade de Jornalismo).

ciencia e jornalismo nao sao amorais, porque o ser humano nao é amoral. e ciencia e jornalismo nao existem sem o ser humano agindo. tudo isso serve a determinados interesses, particulares ou coletivos. assim, a importância das ciências humanas e filosóficas está em verificar que interesses são esses, e se eles são ou não bem fundamentados, etc.

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3) concordo sinceramente contigo, podemos começar juntos agora mesmo uma campanha anti-natalidade, assim como existe na China. a hiper-população humana é um desastre, tanto para a coletividade quanto para as milhares de crianças sem condições de vida digna. podemos trabalhar juntos neste ponto.

mas veja os dados da parte inicial do vídeo A Carne é Fraca, a quantidade de bois e porcos, por exemplo, tb é exorbitante. aliás, vc está correto qto ao gás metano, este é um dos argumentos para o vegetarianismo.

concordo contigo que fatores ambientais implicam apenas em um quase total vegetarianismo (que se reduza bastante o consumo de carne; assim como se deveria reciclar praticamente todo nosso lixo, ou todo que fosse possível), não um vegetarianismo total necessariamente. de todo modo, se a população realmente tivesse esta mudança de atitude ao reduzir o consumo de carne ao máximo (digamos umas vezes por semana ou por mês, ao contrário de como é de praxe, que é consumir sempre) já seria excelente, por diversos motivos.

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4) qto aos animais de estimação (ou "pets"), uma idéia interessante é que sejam acolhidos os que já vivem, mas também deve ser desestimulada sua natalidade. é praticamente consenso entre os protetores de animais que haja campanhas de castração de cães e gatos. e que eles nunca sejam vendidos, mas doados quando necessário. (a propósito, este ponto foi discutido na reunião do grupo de estudos de direitos animais que eu coordeno, este sábado, no CCSP)

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5) A respeito das diferenças entre animais e vegetais, obrigado por sua informação sobre nova classificação de reinos, desconhecia. mas ainda assim as diferenças entre eles parecem bem relevantes em termos éticos. A este respeito cumpre indicar 3 textos já escritos, disponíveis em meu outro blog, caso tenha interesse. Eu apreciaria muito se vc, quando puder, fizesse uma crítica a eles (repare que o melhor não é o primeiro, que é meu, mas sim o do professor Gary Francione, que está mais abaixo; e em segundo lugar o da Simone Nardi):

http://mauricio-kanno.blogspot.com/search/label/direitos%20das%20plantas

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6) ah, desculpe, faltou justificar um aspecto sobre

Você está preocupado com o fato de que muitos animais devam ser criados para satisfazer as necessidades humanas e que isto leva a um maior cultivo de vegetais. Certo? Mas não entendi onde está o problema.

falei isto apenas porque vc não está atribuindo valor ético à consciência, senciência, capacidade de sentir e ter interesses, psicologia, que é o critério moral (considerado relevante) dos defensores dos direitos animais, que diferenciaria os animais dos vegetais.

considerando a hipótese de você, assim como eu antigamente, dar um valor à "vida" simplesmente, independente de ser senciente ou não, aquele argumento ecológico serve também a favor do vegetarianismo, pois mostra que se sacrificam mais vidas, sejam elas sencientes ou não, quando as pessoas não são vegetarianas.

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qto ao ponto 2, apenas retifico: me referi à "ciência e ao jornalismo" "aplicados", não "puros" e "ideais", como se isso existisse. é como aquela história do elétron e do observador... foi apenas uma reflexão a mais, mais ampla, por outro ponto de vista.

qto a considerar esta ciência "per se", "pura" e "ideal", não aplicada, há que considerar somente meu ponto 1.

Grande abraço, é um prazer debater contigo.