sábado, 12 de novembro de 2022

Entrevista-debate: jornalista Maurício Kanno (SC) e suplente a deputada Ediana Tanara (MT)

Nesta segunda-feira, 14 de novembro de 2022, às 14h de Brasília (GMT -3) ou 13h de Mato Grosso (GMT -4), realizaremos um evento inédito com diálogo entre eleitores de Lula e de Bolsonaro. O tema é: "Diálogo sócio-político: como construir um Brasil que contemple da melhor maneira as razões e sentimentos de todos?"



 O evento faz parte de um projeto do jornalista Maurício de buscar romper as bolhas sócio-políticas do país. O objetivo é a busca de um diálogo educado e civilizado para entendimento mútuo quanto aos sentimentos e razões de tais segmentos da população em que se dividiu o país.

Ediana foi indicada por um cidadão que apoiava os atos contra o resultado das eleições presidenciais 2022 no país e prontamente aceitou o convite da entrevista. É a primeira pessoa com tal posicionamento político – conservador e de direita – a aceitar o convite, entre dezenas que foram convidadas nos últimos meses.

Este link é para todos os interessados entrarem na live no YouTube e poderem participar com perguntas e comentários (assim como assisti-la gravada posteriormente): https://youtu.be/B4OipZ8Ykyo . Se buscará também realizar o evento em live no Instagram de ambos os debatedores: @mauriciokanno@ediana.tanara , a também ficar gravado em ambos os perfis. 

 

Maurício de Paula Kanno

 

É jornalista, graduado pela USP, em 2006. Tem experiência na Folha de S.Paulo (2009-2012) - inclusive via Europa, EUA e Japão -, Estadão (2004) e governo estadual paulista (2005-2008). Trabalha como professor de idiomas, principalmente japonês, inglês e português para estrangeiros; além de ser reikiano, líder de yoga do riso e life coach.

Tem mestrado em Estética e História da Arte pela USP (2018) analisando produções culturais sob a perspectiva dos direitos animais na vertente abolicionista da escravidão animal. É fundador do Grupo de Estudos de Direitos Animais (2007), que coordena ainda hoje.

Nos últimos anos, dedica-se como jornalista voluntário aos seus programas jornalísticos entrevistando pessoas sobre saúde física, emocional, educação, prosperidade financeira, artes, além de política e direitos animais. Declarou voto e apoio em 2022 a candidaturas de Lula (PT), PSOL, PV, PCdoB e PSB.

Realizou em 2022 pesquisa profunda sobre posicionamento sócio-político e justificativas com 40 pessoas. Fez neste ano também outras três pesquisas em Psicologia, área na qual é aspirante ao doutorado na UFSC.



Ediana Tanara

É comunicadora, especialista em marketing e comunicação, produtora de eventos e defensora do empreendedorismo feminino e do engajamento de mulheres como líderes de suas próprias vidas, pela não dependência emocional.

Foi candidata a vereadora e deputada estadual (sigla 10191), e está com o cargo de suplente de deputada estadual, em Cuiabá (MT). Suas pautas prioritárias divulgadas estiveram nos temas da saúde, educação, cultura, esporte e moradia. Seu partido é o Republicanos, legenda de direita ligada à Igreja Universal do Reino de Deus, cujo presidente é bispo da igreja.

Recentemente, divulgou vídeos com fala dos falecidos Enéas Carneiro (fundador do Prona, atualmente Partido Liberal); Olavo de Carvalho, ideólogo da extrema direita do Brasil; e transmissão do programa de extrema direita dos EUA Real America´s Voice, em ataque ao presidente eleito Lula.

O site do partido Republicanos afirma ser “um movimento político conservador, fundamentado nos valores cristãos, tendo a família como alicerce da sociedade, preservando a soberania nacional, a livre iniciativa e a liberdade econômica, encorajando o progresso tecnológico”.

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Agradecemos divulgação deste encontro pioneiro; envio de sugestões prévias de perguntas e temas a serem discutidos pelos debatedores; e/ou sua participação direta com questões e comentários ao vivo! Até lá!😊

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Minha biografia em jornada nipo-brasileira! :)

 

Desde criança, comecei a aprender e treinar origami, utilizando livros que ganhei de meus pais, como um da Bienal do Livro. Nessa época também pratiquei karatê, até a terceira faixa. Também pratiquei judô, na USP, enquanto estudava Engenharia na Escola Politécnica, até a 3a faixa, por volta de 2001. Divulguei como pude depois, na época das Olimpíadas de 2021, por exemplo.

 

Jornalismo

A minha primeira reportagem importante sobre o Japão publicada na grande mídia foi em 2004, sobre a TV digital japonesa, cujo modelo estaria sendo analisado para adoção pelo Brasil. Publiquei essa em parceria com meu primeiro professor de nihongo, Frank Honda, no caderno de Informática da Folha de S.Paulo.

Quando estava me formando pela USP em Jornalismo, em 2006, realizei uma exposição fotográfica no Espaço D´Ávila, do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes, a partir de minha primeira viagem ao Japão (entre 2004 e 2005, como arubaito/dekasségui). Foi a exposição de três meses sobre o Japão “Terra Ancestral”: cerca de 24 fotografias grandes, acompanhadas por desenhos meus e reproduções de objetos do cotidiano do país, como bilhete de metrô. O evento foi divulgado em vários meios de comunicação, como a revista especializada Fotografe Melhor, o Jornal da USP, jornais específicos da cultura japonesa, entre outros.

Fiz também reportagens sobre o Japão para a Folha de S.Paulo, caderno Turismo, como sobre minha escalada do Monte Fuji, em 2008; e sobre os 100 anos da Imigração Japonesa no Brasil, no mesmo ano, neste caso com foco em Okinawa (cada uma dessas reportagens foi publicada em cerca de 8 páginas do maior jornal do Brasil). Nessa época, também pratiquei kenjutsu e jujútsu no Japão, em Tsukuba.

 

Literatura

Escrevi em 2012, como membro do projeto nacional de leitores resenhistas Desafio Literário, uma resenha sobre o livro Kyoto, do Nobel japonês Yasunari Kawabata. No mesmo ano, escrevi resenha sobre o livro de mil páginas “Xógum”, de JamesClavell, sobre o Japão de 1600 e suas características culturais. Sempre mostro esse longo post de análise no meu blog aos meus alunos até hoje.

Participei também, por volta de 2015, como escritor colaborador, de um livro de contos organizado pelo Bunkyo, sobre a união das culturas do Brasil e do Japão! Escrevi e publiquei nesse livro meu conto "Saci e Tengu". Esse conto também foi publicado em outros livros literários que não se referiam especificamente ao Japão.

Estudei durante meu mestrado na USP, em por volta de 2016, disciplina específica sobre Literatura Japonesa Moderna e Contemporânea. Diretamente com a professora tradutora dos livros do renomado escritor japonês Haruki Murakami! Cheguei a ganhar dela a coleção do autor 1Q84.

 

Professor

Comecei a dar aulas de japonês em por volta de 2017, para alunos de todas as idades (de 6 anos a uns 60 anos) e de todas as partes do Brasil e do mundo, em português, inglês e espanhol. Criei o método Japonês Criativo (japonescriativo.com), com técnicas mnemônicas (de memorização) divertidas e criativas para aprender todas as palavras, hiraganas, katakanas e kanjis, além da gramática, etc. Tenho amigos ilustradores colaboradores que produziram ilustrações para me ajudar na produção de material didático inédito que idealizei da forma mais interessante possível para meus estudantes, a grande maioria não nikkeis.

Sou hoje professor com o título de “embaixador” da plataforma Superprof, em que estão cadastrados cerca de 200 professores de japonês; verifiquei que eu estava como o número 1 no ranking de destaques, devido às dezenas de recomendações de alunos meus ali. Também ensinei português a japoneses, como, neste ano de 2022, a uma senhora de Nagasaki sobrevivente da bomba nuclear, hoje com 93 anos.

 

Reiki e artes

Tenho formação desde por volta de 2018 como reikiano nível 3A mestre interior, terapia criada pelo monge budista japonês Mikao Usui. Nessa época, cheguei a praticar em workshop a arte do oshibanae, washie e kirie: os três em SP, em escola e exposição de oshibanaê na Vila Mariana.

Participei em SP também de workshop de shamisen e shakuhachi, no Bunkyo, por volta de 2018. E de shodô, este mais frequente, na CBLJ (Centro Brasileiro de Língua Japonesa), por volta de 2019). Sempre que pude depois busquei divulgar essas experiências, inclusive minha arte de shodô.

Na Associação Cultural Japonesa de Recife, participei de uma aula demonstrativa de kendô, em 2020, logo antes de estourar a pandemia e os treinos serem interrompidos. Realizei a cobertura das Olimpíadas de 2021 em meu canal Instagram, com a colaboração do meu amigo Daniel Ribeiro, que supervisionei, realizando análises do ponto de vista linguístico e cultural. Entre muitos outros temas em meu YouTube e Instagram focados no Japão.

Neste ano de 2022, pratiquei e divulguei taikô e kyuudo, ambos em Florianópolis, a partir de divulgação da Associação Nipo-Catarinense.

Ultimamente, estive divulgando e ensinando o japonês por meio dos animes, e realizei diversas lives sobre o tema. Entrevistei um aluno meu expert em Naruto, em que falamos sobre o ninjutsu; e também outro aluno entrevistei em outra live sobre o anime One Piece, sempre buscando fazer análises sobre questões culturais e linguísticas entre o Japão e o Brasil. Ambos, Anime e One Piece, são animes campeões de popularidade no Brasil, no Japão e no mundo.


Sobre a província de Fukushima ken

Meu avô Tsuneo Kanno é de Fukushima, chegou ao Brasil por volta de 1932, com cerca de 10 aninhos de idade. Ficou conhecido como Seu Antônio da tinturaria, ou Tsuneo Kanno (só no registro de nascimento mas ninguém o conhecia pelo nome japonês me parece). Para compensar e homenagear meu avô “fukushimense” dei o nome dele à minha primeira empresa, há muitos anos, "Tsuneo Serviços de Informática". Infelizmente só tive oportunidade de guardar uma foto em que apareço ao lado dele, eu no aniversário de 1 aninho, no colo de minha mãe.

 - Hana wa saku: meu tio que mora no Japão há mais de 20 anos me recomendou essa música, de melodia da renomada compositora Yoko Kanno, mesmo sobrenome que o meu. Ensino aos alunos essa música às vezes, contando sobre a homenagem que ela faz ao povo de Fukushima. Tbm postei no meu Instagram @japonescriativo a respeito.

- Explico aos meus vários alunos sobre geografia do Japão, navegando pelo Google Maps, inclusive a região de Toohoku, onde está Fukushima ken. Conto um pouco a eles do que aprendi sobre a província, e que é terra original de meu avô. 

- Live com médico Hiroshi Tikazawa, representante do Fukushima kenjinkai. Eu o entrevistei pra que ele divulgasse no meu canal Instagram sobre a cultura japonesa específica de nossa Província de Fukushima, e até mesmo algumas expressões regionais. Além da experiência dele conhecendo a associação e fazendo parte até hoje.

terça-feira, 4 de outubro de 2022

Despedida e alerta sobre o grupo "Alpha Master" de Adriano Moura

Escrevo minha mensagem de despedida primeiro agradecendo aos bons homens que conheci neste grupo - atualmente com 155 membros no WhatsApp -, principalmente um amigo, do qual me despeço elogiando e louvando sua última mensagem de humildade e educação, que estão entre as qualidades mais importantes que devemos ter.

Também agradeço pela honra de conhecido Tales, DJ Douglas e Wilk; assim como Luis Pompeu, nosso expert em vinhos - que entrevistei ao vivo sobre o tema e com quem muito aprendi e fui influenciado - entre outros homens valorosos e respeitosos. 


A despedida é difícil porque a vivência com esta comunidade foi quase que diária para mim nos últimos 7 meses, desde 19 de fevereiro de 2022. Busquei ao máximo contribuir para a construção de uma comunidade poderosa de apoio mútuo, compartilhando minhas dicas e experiências de paquera bem sucedida e saudável; passei ao Adriano indicação do meu brilhante personal trainer de Caruaru (PE) Jeffferson - entre outros - que fez uma live orientando o pessoal sobre treinamento físico; e dediquei meu tempo para incentivar cada um na evolução masculina e na felicidade em relacionamentos sempre que pude, como a Lucas, Miter e Daniel - aos quais parabenizo pela perseverança -, entre outros. 


Agradeço pela colaboração com respostas e vivências para relatar em meu início de pesquisa para o projeto de doutorado em Psicologia na UFSC.


Foi uma experiência árdua, porém interessante e rica do ponto de vista antropológico para conhecer um Brasil rude a que não costumo ter acesso. Foi o grupo em que se destacou mais a arrogância, falta de humildade e ofensas que já vi. 


E se o próprio coordenador, que é o responsável e vendedor do serviço comprado, não se dispõe a pacificar a situação, pelo contrário, também me ofende, discursa preconceitos; e não tem a dignidade, coragem, e segurança argumentativa de Homem para uma conversa olho no olho, como supostamente havia proposto, mas na hora do "vamos ver" se acovarda perante um convite para um debate/diálogo público; não é mais possível ter minha admiração como mentor de evolução masculina, muito menos minha satisfação como cliente.


Preconceitos contra mentora mulher de relacionamentos e feminismo


A propósito, obviamente uma mentora de paquera mulher jamais vai te dizer pra ser "gado" ou "gadinho", como fui aqui chamado; ou que "coloque a mulher num pedestal", pois isso não atrai mulher de valor nenhuma. Se alguém aqui ainda é capaz de entender minhas palavras, saibam que a mentora de paquera e evolução masculina da qual também sou cliente ensina, em sua essência, praticamente as mesmas coisas que o Adriano. 


Nem diminuir os homens ou fazê-los perder sua masculinidade é e nunca foi o objetivo do feminismo; nunca vi tanta besteira e mentiras que vocês inventaram não sei de onde, ou com que imaginação, com tantos preconceitos. Isso não é digno de pessoas que estudam seriamente, amparados pela ciência, inclusive as Ciências Humanas e Sociais. Principalmente não é digno de um professor do tema de relacionamentos unir-se a esse coro de preconceitos e ódios. 


Letícia Felisberto, minha mentora, tem 230 mil seguidores no Instagram, 10 vezes mais que Adriano; e três cursos diferentes à venda para nós homens: um específico sobre paquera/conquista, outro apenas sobre sexo, e outro específico sobre evolução masculina no geral. Confiram vocês mesmos no Instagram dela se ela ensina que o Homem de valor deve se rebaixar, ser emocional demais, etc. Cada uma que vocês inventam… É preconceito demais. 


Ela também é minha mentora faz algum tempo, e agora passarei a dedicar mais atenção a ela, pois no grupo dela não vejo ofensas e arrogância como aqui. O que observei nestes 7 meses desde 19 de fevereiro de 2022 no grupo Homem Alpha - que há registro de existir desde 31 de dezembro de 2016 no WhatsApp - do psicólogo e "mentor de relacionamentos" Adriano Moura parece coisa de turma do fundão da escola, de crianças e adolescentes birrentos e mimados, ainda que supostamente devam ter entre 25 a 45 anos. 


Independente do nível de conhecimento e experiência de alguém, a humildade é sempre o melhor caminho. Quem tem segurança de si, não teme o diálogo aberto onde quer que seja, e não precisa recorrer a ofensas e tentar diminuir o outro, como com esse papo de algo como "enquanto você fazia a farinha, eu já fazia o mingau". Faça-me o favor. Isso não é digno de um professor que eu sempre reconhecia pelo respeito.


Parece que estamos falando línguas totalmente diferentes. Eu falo A, vocês entendem B. Então desisto da interação com este grupo. Não está produtivo. E como cliente de um serviço, estou insatisfeito principalmente por causa da grosseria do vendedor. Eu não me relaciono com vendedores grosseiros que tentam me diminuir, assim como certamente me afasto de colegas de estudo ou de trabalho que tenham tal comportamento arrogante. Estou longe de haters


Denúncias


É claro que já protocolei formalmente minha queixa contra Adriano no serviço de defesa do consumidor Reclame Aqui, exigindo de volta o valor que paguei pelo curso; mais outros valores como indenização pessoal para mim pelo assédio moral e intenção de causar dano psicológico; e também para o movimento feminista, a destinar para alguma ONG do setor.


Supostamente seu curso gravado seria o produto em si, e o acesso ao grupo no WhatsApp um bônus, porém desde o início foi pela participação no grupo que me interessei para realizar a compra; não consumi tanto o conteúdo de seus vídeos gravados - aos quais eu já havia tido acesso antes em parte na compra de versão anterior do produto - como participei do grupo, com bastante intensidade e quase diária ou semanalmente. 


Também estou realizando uma denúncia/representação ética ao Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais contra Adriano por graves infrações ao Código de Ética Profissional do Psicólogo, tais como apologia da discriminação, postura em desacordo à diversidade de pensamento e flagrantes expressões contra à Declaração Universal dos Direitos Humanos.


Pois ele é psicólogo formado atuando em Minas Gerais e se divulga publicamente como tal em seu marketing; e teoricamente utilizaria seus conhecimentos como psicólogo para embasar suas orientações, apesar de supostamente alegar que não exerce a profissão no trabalho de mentor de relacionamentos.


Ou seja, parece querer só valer-se das vantagens de ter se formado como bacharel em Psicologia, mas não exercitar as responsabilidades da profissão. Como consumidor, cidadão e jornalista consciente, não posso deixar de registrar tais fatos perante a sociedade.



Minhas colaborações, inclusive voluntárias


Quem precisar de ajuda contra depressão ou desmotivação, propósito a que me dedico hoje em dia, estou à disposição no Instagram @xodepreboravive . 


Além disso, quem precisar ou desejar aprender inglês, espanhol, japonês ou francês, também estou às ordens no @linguacriativa e @japonescriativo . Não tem dinheiro? Não tem problema. Se sua renda familiar é de cerca de 1 salário mínimo, eu te ensino qualquer dessas línguas de graça. 


Meu YouTube nos canais Maurício Kanno ou Japonês Criativo também ficam às ordens com bastante conteúdo disponível nesses e outros temas jornalísticos de contribuição à sociedade. 


Despedidas podem ser difíceis mas, assim como num relacionamento amoroso, há tempo pra tudo e neste caso o fim é o melhor para todos. Sucesso e felicidade pra todos os que ficam.




domingo, 2 de outubro de 2022

Manifesto de um "homem que incomoda": 3 problemas que fundamentam o feminismo no Brasil

Por Maurício de Paula Kanno

Jornalista e mestre pela USP no tema Ética

2 de outubro de 2022

Fico feliz que um colega de um grupo exclusivamente masculino, com cerca de 140 homens, tenha considerado que foi minha presença no grupo que passou a causar incômodo ou discussões. Pois minha prioridade não é "evitar incomodar", mas posicionar-me firmemente como homem de valores e princípios.

O dever ético de cada um deveria ser lutar diariamente por mudanças em uma sociedade extremamente cruel e injusta, que é a nossa, principalmente o Brasil. E para isso algum incômodo é necessário - inclusive a mim mesmo. Só fica totalmente tranquilo quem se aliena e não percebe com consciência essa realidade à sua volta.

Obviamente na África e Oriente Médio, onde citaram haver os "reais problemas que o feminismo deveria atacar" - supostamente ao invés de "perder tempo" com questões do Brasil para as mulheres - há inúmeras crueldades e injustiças. Mas o q nós vamos conseguir fazer a respeito? Tem alguém aqui pronto para pegar em armas e derrubar o Taleban no Afeganistão, por exemplo; ou dar um jeito de proibir a mutilação genital feminina em todos os os países que realizam esse ato?

Porque, se for só pra lamentar sobre países distantes, não adianta nada... O que podemos fazer na prática pelas mulheres? Existem problemas graves no Brasil também para as mulheres? Só homens bem distraídos e carecendo de empatia para não notá-los. Para sintetizar, vamos focar em apenas três neste artigo:


1)

9% de representantes mulheres no Congresso Nacional

Existe uma extrema desigualdade no Congresso Nacional. Só 9% de representantes mulheres, comparado a uns 51% de mulheres na população brasileira. É um dos piores índices da América Latina.

Compare-se com os 49,2% de mulheres no Congresso de Cuba; sim, esse mesmo país condenado ao máximo pelos conservadores de direita por ser supostamente uma ditadura comunista, mas que tem educação e saúde de primeira linha. Enquanto a educação do Brasil é das piores do mundo.

Ou compare-se aos 40% de participação feminina na política em nossa vizinha Argentina, outro país ultimamente também condenado pelos conservadores de direita, por recentemente lá ter assumido um governo de esquerda.

Fonte: ( https://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=1068:catid=28&Itemid=23 )


2)

Pais fujões "abortistas" e mães solo ou de dupla jornada

Como segundo tema, eu colocaria a jornada dupla feminina. Frequentemente existe a defesa conservadora de que o aborto seja proibido, e até posso compreender o motivo de luta pela "vida" desde a concepção, ainda que discutível cientificamente.

Porém o fato é que geralmente, praticamente sempre, sobra pra mulher. Porque há por exemplo, registradas, 6,6% de mulheres mães solo: 11 milhões de mulheres únicas responsáveis pelas crianças. Na prática, é como se o pai tivesse "abortado" sua condição paterna. Nos quatro primeiros meses deste ano de 2022 por exemplo, mais de 55 mil crianças foram registradas sem o nome do pai.

Fonte: ( https://www.brasildefato.com.br/2022/05/09/cartorios-registram-crescimento-de-maes-solo-no-brasil-em-cinco-anos )

Mesmo que o pai pague pensão, quando paga, porque muitas mulheres desistem de cobrar essa mínima responsabilidade pelas dificuldades, o tempo dedicado pela mulher ao filho é extremamente maior (possivelmente, mesmo quando se considera um "pai responsável", que fica com o filho uma vez por semana, talvez isso represente 10% da dedicação da mãe, que geralmente fica com os filhos, como pude ouvir de uma mãe solo que cuida de dois filhos sozinha - com o pai ficando com as crianças uma vez por semana.

Ela acaba tendo que desistir, adiar ou dedicar-se com irrisório empenho a vários projetos de vida: profissionais, viagens, estudos, esportes etc pra cuidar do filho que gerou com um homem mas que direto este foge, pra viver "a vida dele", "pra pensar nele", fugindo da responsabilidade paterna.

Isso sem falar que, mesmo quando existe um pai, formalmente ou com alguma presença, maior ou menor, frequentemente os cuidados às crianças/filhos são geralmente - com exceções crescentes no século XXI - mais atribuídos às mulheres mães, como tradicionalmente, dificultando sobremaneira a dedicação delas à vida política, científica, esportiva, cultural, artística, etc. - o que por exemplo esclarece a ausência ou quantia relativamente diminuta delas no ranking de maiores destaques mundiais de personalidades históricas nessas áreas.


3)

Estupros por familiares e culpabilização das vítimas

Também há que se conseguir obviamente reversão gigantesca de caráter, cultura e reeducação crucial de consciência dos potenciais homens agressores que estupram mulheres, principalmente menores de idade. 85% das vítimas de estupro são mulheres, e 70% são crianças ou vulneráveis (77% menores de idade em 2022).

Só na primeira metade deste ano de 2022 (denúncias registradas até 21 de junho), foram 7.832 queixas, das quais imagina-se serem apenas uma parte do total de ocorrências reais). (Fonte: https://g1.globo.com/saude/noticia/2022/06/24/criancas-de-ate-11-anos-sao-36percent-das-vitimas-de-estupro-no-brasil.ghtml )

Por esse motivo, naturalmente há um receio de sair às ruas sozinhas (56% dos casos de estupros de mulheres adultas ocorrem de noite ou madrugada), ou até de crescer normalmente em casa, pois em mais de 84% dos casos, o estuprador é alguém de confiança ou familiar da vítima, segundo o Anuário de Segurança Pública de 2019!

https://www.ufrgs.br/humanista/2020/12/17/cultura-do-estupro-85-das-vitimas-no-brasil-sao-mulheres-e-70-dos-casos-envolvem-criancas-ou-vulneraveis/

Para muito além da condenação desses atos horrendos criminosos em si pelos infratores, está, porém, a cultura de culpabilização da vítima. Frequentemente a mulher vítima é responsabilizada por seu próprio estupro, por eventualmente ter optado por sair à noite, ter escolhido uma roupa inadequada, passado por um local perigoso, ter demonstrado sensualidade, etc.

Como se o homem também não tivesse direito e usufruísse sua liberdade de vestimenta, deslocamento e exercício de sedução frequentemente. Além de que, como os dados estatísticos demonstram, boa parte dos estupros ocorre perpetrado por familiares ou pessoas de confiança da vítima, em sua própria casa.

***

"Femimimi e feminazi"

Espero que a descrição de apenas esses três problemas-exemplo selecionados, entre outros sofridos pelas mulheres no Brasil do século XXI, ajude a esclarecer e conscientizar o indivíduo que proclama "abominar", "ser contra o feminismo" ou considerá-lo "femimimi" ou "coisa de feminazi" (termos que ouvi frequentemente e sem contestação no grupo masculino).

Tal foi a postura da maior parte dos homens entrevistados em pesquisa de minha autoria em progresso. Espero que eles possam, por fim, compreender algumas das gravíssimas problemáticas enfrentadas pelas mulheres atualmente, que justifique o apoio enfático e engajado ao que se chama seriamente de movimento feminista no Brasil.

Espero que os colegas de meu grupo com mais de uma centena de homens, entre outros, sintam empatia por essa situação que afeta as mulheres - que poderiam também ser sua namorada, esposa, irmã, mãe, etc - e também concordem em solucionar essas situações injustas com essas pessoas do sexo oposto.

E que, assim, possa mudar fortemente o discurso enfaticamente isolacionista que li nesta sexta-feira (30 de setembro de 2022), segundo o qual "só você, Maurício, é feminista", no grupo desses 140 homens, como se fosse uma ofensa ridicularizante um deles assumir-se feminista. E parece mesmo ser a opinião geral, dado que ninguém se manifestou contra tal afirmação.


Guerra ideológica, seus rótulos e estereótipos

Imagino que o conservadorismo anti-progressista, inclusive associado à disseminação das igrejas evangélicas neopentecostais no Brasil, que parece ter eleito o feminismo como um de seus "inimigos", até mesmo "obviamente demoníaco e contra a Bíblia", como li de uma amiga evangélica, reine com força ainda no país.

Só espero que essa guerra ideológica se trate em boa parte principalmente de uma discordância apenas quanto ao que imaginam ser feminismo, só como um estereótipo propagado, ou seja, um grande mal-entendido sobre o que de fato o feminismo reivindica.

Pois em minha pesquisa com mais de 30 pessoas, mais de uma mulher até mesmo considerou que haveria um problema dentro do movimento: as chamadas "femistas" - termo novo para mim: mulheres que supostamente são feministas, se dizem feministas, mas são apenas pessoas rudes extremistas que não contribuem com essa justa causa de direitos humanos, apenas expressam outro tipo de ódio e afastam as pessoas que poderiam ser aliadas.

Suponho e espero eu que os tantos homens que se declararam contra o feminismo apenas expressam dessa forma seu trauma diante das reações exacerbadas, agressivas e raivosas dessas falsas feministas, confundindo-se quanto às reais necessidades das mulheres.


Hierarquização sexista e revolta contra "influencers" e "sugar babies"

Porém, não duvido de que haja ainda muitos homens - e mulheres conservadoras machistas - que concordem com, por exemplo: a baixa representatividade das mulheres no Congresso Nacional - pois "homens é que devem exercer o poder, é função masculina" -; a obrigação quase que exclusiva feminina de cuidar dos filhos; e até mesmo que acreditem na culpabilização da mulher quanto ao estupro de que foi vítima.

Enquanto a lógica cultural tradicional de hierarquização sexista persistir na cabeça de tantas pessoas, e tal padrão de pensamento se mantiver sem questionamentos na educação pública e privada, seguirá um futuro sombrio na vida das mulheres de nossa sociedade.

Espero que os homens que se preocupam tanto em seduzi-las, sintam desejo sexual e afetivo por relacionamento com as mulheres, em algum momento parem de dar tanta atenção ao supérfluo das "influencers" que se exibem no Instagram, Tinder e OnlyFans; e parem de reclamar sobre o desapego amoroso das suas pretendidas (clássico fenômeno contemporâneo do amor líquido de Bauman); ou sobre o materialismo e interesse financeiro de outras, intituladas "sugar babies".

Que algum dia passem a observar problemas sócio-políticos muito mais graves, que afetam concretamente as vidas de nossas parentes, amores e vizinhas co-habitantes deste planeta Terra. Como os apresentados nos três tópicos acima, presentes até hoje por herança histórica em nossa sociedade.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Minha seleção de 14 contos (entre os 56 ao todo) do livro fantástico "Utopia" (Andross Editora, 2014)

Inocência - pg. 37 - pontos de vistas opostos sobre uma questão trágica sobrenatural.

Uma pequena história sobre o amor - p. 73 - uma belíssima e sensível história sobre uma bailarina em tragédia. e sua boneca comovida e solidária.

Submarino - p. 91 - interessante visão sobre a Atlântida transposta para o mundo moderno cotidiano.

A Morte e a Arte - p. 133 - pra quem acredita no poder da arte.

O bloqueio criativo - p. 155 - conto metalinguístico sobre o ofício de escritor, com muita coisa sobrenatural envolvido. muito divertido!!!

Um presente do mar - p. 151 - uma sereia. contemplada de modo sublime, simples e curto.

Os pedidos perpétuos de Kalahan, o rei - p. 171 - divertida lembrança do toque do rei de Midas ou da lâmpada de Aladim e o gênio da lâmpada.

Eu e minha cauda - p. 223 - uma abordagem nada sublime - e bem divertida! - sobre ser um tritão. com direito à necessidade de banheira pra viver numa casa convencional do século XXI.

Chip - p. 349 - divertida história sobre transferência de memórias!



Claro que tb não posso deixar de mencionar as histórias minha e dos meus talentosos amigos escritores (sem puxa-saquismo; tenho mesmo muita sorte de ser amigo de gente tão inteligente e criativa):

Dádiva de sangue - p. 67 - linda história do hoje amigo Sandro Moura sobre um dragão, uma aprendiz de feiticeira e a importância das sutilezas das palavras... e do espírito.

A árvore, o filho e o livro - p. 181 - conto pós-apocalíptico que daria um livro inteiro, trabalhando com esses três itens do tradicional provérbio, numa delicada lembrança de pai e filho. texto do hoje premiadíssimo (três prêmios Strix da editora Andross) amigo autor Hugo Sales

Família Dragão - p. 233 - meu conto sobre... o que indica o título, rs. invertendo o ponto de vista tradicional da clássica caçada a dragões de fantasia medieval.

Um sonho de escuridão - p. 247 - duro e torturante conto da amiga Cláudia Mina sobre um demônio que tenta buscar Deus pessoalmente no Céu, rapta uma humana... e lhe faz passear por um eterno cenário de apocalipse.

O artefato - p. 257 - conto do hoje amigo autor Thiago Lee sobre um sobrevivente que perseguiu de modo implacável um objetivo... que sacrificou tantos à sua volta, após tantas aventuras. valeu a pena tanto poder?

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Marina Silva presidente em 2018? Adeus PT e PSDB também?

Vejam só. Tem mto chão pela frente até 2018 ainda, mas... ao menos as perspectivas não são tão péssimas assim. De tanto desgaste do PT, uma terceira via se abre. Sim, não sou PTista, muito menos PSDBista ou PMDBista. E o Brasil tb ficou cansado mesmo de PT? Ótimo. Tb não quer voltar ao PSDB? Melhor ainda.

Marina e A Rede será melhor? Não sei, claro que o lado evangélico cristão dá um certo medo, e espero que realmente se ela for eleita não ceda para a Bancada Evangélica tanto a ponto de fazer o Brasil regredir ainda mais em questões importantes progressistas (pouco provável que não ceda, contudo, sendo uma base de apoio tão importante dessa senhora).
Porém de todos eles ao menos podemos ter mais esperança na questão ambiental, pelo histórico ativista da senhora acreana. Outro receio ainda é por ela parecer tão franzina, frágil. Não parece ter muito pulso firme. Será que mesmo assim seria capaz de guiar uma nação do tamanho do Brasil? É o que veremos.